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Elisangela Pinto dos Santos nasce em Duque de Caxias na Baixada Fluminense, R.J. 24 de maio de 1981 e adotou o Nome artístico Elis Pinto a partir de 2010 e vive atualmente em Santa teresa no Rio de Janeiro, Brasil.

Filha de pai negro pintor de parede, mestre de obras e músico, e mãe parda educadora especializada em educação especial, aos quais Elis atribui sua versatilidade. Separados desde seus dois anos de idade os pais não tiveram boa relação tornando sua vida um tanto irregular em relação a lar, família e território. Desde criança expressa seu gosto pela arte através em desenhos, canto e dança.

Vive parte da infância com a avó paterna e família de seu pai em Cachoeiras de Macacú, no interior do estado do Rio de Janeiro. A casa de Taipa sem luz elétrica, fogão a lenha, onde só se cozinhava carne de caça, foi fundamental na formação seus de valores. As lembranças desse período criaram forte ligação entre a artista, a natureza e vida mais orgânica apesar de se considerar um ser urbano. Se forma em Ciências Biológicas, concluindo em 2008, tendo maior interesse pelas questões ambientais e a relação do ser humano com o meio.

Exerce a profissão de professora de biologia por um breve período e, em 2010 passa a atuar como supervisora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) através de concurso público. Neste mesmo ano atua como instrutora de crianças com dificuldades de aprendizado no projeto mais educação da rede pública de ensino, utilizando como intermédio o cultivo e manutenção de plantio de verduras e ervas medicinais numa horta dentro de um CEP conhecido com Brizolão. Nesse mesmo ano, frequenta a oficina literária Apalpe a Palavra da Periferia, período em que publica alguns contos. Tendo um texto registrado e vários outros publicados seu blog e na Revista Apalpe o conto Black Rio Total- 2010 o qual está sendo adaptado para virar um curta metragem com colaboração de outros amigos profissionais da área.

Ainda em 2010 inicia seus estudos de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. No mesmo ano engravida de seu primeiro único filho.

Sofre violência no parto e após se recuperar, e sair do resguardo retorna a EAV em 2011 ainda no período de amamentação com auxilio de seu então marido. Estuda desenho e modelo vivo e composição com Orlado Mollica, e em seguida pintura com Luiz Ernesto. Nesse ano, em resposta às altas estatísticas de violência contra mulher, e ao feminicídio (assassinato de mulher pelo simples fato ser uma mulher) no Brasil e no mundo iniciando a série Elas Também Matam, motivada pelo desejo de retirar a figura do feminino da condição de vítima, sexy, correta... Incapaz de ter impulsos violentos ou transgressores, ou qual quer outro comportamento inadequado. Questionando as limitações comportamentais  impostas às mulheres pela sociedade, a representação limitada dentro das artes plásticas, tendo como referência cenas de filmes (Volver de Almodóvar, Natural Borne Killers, entre outros) onde mulheres seguram armas. Divine de Pink Flamingo foi a primeira da série, a musa inspiradora iniciando sua via artística. Dá continuade a seu tema preferido, a representação da mulher, em 2014 com a série Trópicos, fazendo releituras e suas próprias versões de representações clássicas a cerca da mulher brasileira, dando lugar ao lúdico, ao imaginário fantástico sem perder a potência de mostras a capacidade de superação do feminino ante os obstáculos encontrados em todo o percurso da mulher através da história da humanidade. 

Em 2014 frequenta alguns cursos teóricos, incluindo O Moderno e o Contemporâneo no MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro). Passa a frequentar o curso A Prática da Pintura com Francisco Cunha e, inicia a série Trópicos- A Vênus do Fim do Mundo. Ocupa a monitora do curso e integra o Atelier Coletivo Codorna. Em 2015 atua como assistente de pintura e desenho no atelier de seu professo Francisco Cunha (para exposição no Oi Futuro em 12 de 2015).

A série Elas Também Matam apresenta trabalhos em pintura acrílica sobre tela, e é exibida em 2 exposições coletivas Extraordinárias: Olhares Femininos Fora da Ordem, com participação de outras 3 artistas mulheres além de Elis. No SESC São João de Meriti- 2014 e Duque de Caxias- 2015, com produção da Terreiro de Idéias. Entre individuais e coletivas foram 10 exposições desta série entre 2013 a 2016. Além de colação de Lambe-lambes (impressão de fotos da série) nas ruas do Rio de janeiro e São Paulo.

Ainda em 2016 é monitora do curso Experiências Gráficas, com Bia Amaral e Giodana Holanda, onde realiza experimentos de gravação em papel, produzindo gravuras, livros e outros formatos com o título Inventário: Das coisas que não me impedirão de seguir, visto na exposição de trabalhos dos alunos da EAV e reinauguração da biblioteca da escola no fim desse mesmo ano.

No ultimo dia de exposição na EAV, em 18 de dezembro, Elis comparece também a um evento no Atelier Codorna, antigo local de trabalho. Ao voltar pra casa de táxi, sofre agressão por parte do taxista, que a retira do veículo  com brutalidade, causando uma grave torção no pé. Então, levada pela necessidade de compreender-se e afirmar-se enquanto mulher negra e vítima de preconceito e racismo, Elis é chamada a retomar uma série iniciada em 2014 e deixada de lado no mesmo ano que tem se chamada O que minhas ancestrais me dizem?. Uma série, até então, composta por três telas em que mulheres negras nuas estão com animais em ambientes vazios e com semblantes tranquilos incitam a ideia de pertencimento e domínio do território. Tendo como referência gravuras e ilistrações europeias da época das grandes navegações, e invasão do então chamado Novo Mundo, a ancestralidade afro se afirma nas características das figuras dessas mulheres destemidas que parecem querer dizer algo com a expressão seu olhar por exemplo ou com um gesto. Além das influências de sua avó paterna negra, Elis pesquisas também sobre a história de africanas ancestrais como as Guerreiras do Daomé, antigo Benin na Africa, que a influenciam tanto quanto as ancestrais indígenas como sua própria bisavó materna e as Indígenas Tupinambás que praticavam, em torno de 1500 no Brasil, o canibalismo ritualístico. Valorizando a mulher ancestral, tais trabalhos trazem a ideia de direito a liberdade em contato com a natureza e a ocupação do território enquanto animal humano independente do sexo, ou gênero.

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